terça-feira, 11 de março de 2014

Patrimônio dos 85 mais ricos é igual ao da metade da população mundial

As pessoas mais ricas do mundo não são conhecidas por andarem de ônibus, mas se decidissem variar um pouco suas rotinas, as 85 pessoas mais ricas do planeta - que juntas controlam riqueza equivalente à de metade da população mundial - caberiam, com algum aperto, em um ônibus de dois andares.
O acúmulo de porção tão grande da riqueza do planeta nas mãos de um punhado de integrantes da dita "elite mundial" foi exposta segunda-feira (20) em um novo relatório da Oxfam. A organização de caridade informou que as 85 pessoas mais ricas do mundo têm patrimônio combinado de um trilhão de libras, montante semelhante ao patrimônio combinado dos 3,5 bilhões de pessoas mais pobres do planeta.
O patrimônio do 1% mais rico da população mundial atinge os US$ 110 trilhões, ou 65 vezes mais que o patrimônio da metade mais pobre da população do planeta, acrescentou a organização, que teme que essa concentração de recursos econômicos esteja ameaçando a estabilidade política e agravando as tensões sociais.
DESIGUALDADE
É um lembrete perturbador sobre a profunda desigualdade de riqueza que existe no planeta, no momento em que líderes políticos e empresariais se encaminham aos picos nevados de Davos para o Fórum Econômico Mundial, esta semana.
Poucos deles, se algum, chegarão em um veículo comum como um ônibus, e jatinhos e helicópteros particulares serão colocados em serviço para atender a muitas das pessoas mais poderosas do planeta, que se reunirão para discutir o estado da economia mundial em quatro dias frenéticos de reuniões, seminários e festas no exclusivo centro suíço de esqui.
Winnie Byanyima, diretora executiva da Oxfam, participará das reuniões em Davos e disse que "é inaceitável que, no século 21, metade da população do planeta - estou falando de 3,5 bilhões de pessoas - não tenha mais propriedades que uma minúscula elite que caberia perfeitamente em um ônibus de dois andares".
A Oxfam também argumenta que isso não acontece por acidente, e afirma que a crescente desigualdade foi propelida por uma "jogada de poder" das elites endinheiras, que cooptaram o processo político a fim de manipular em seu favor as regras do sistema econômico.
No relatório, intitulado "Working for the Few" [trabalhando para poucos], a Oxfam adverte que a luta contra a pobreza não poderá ser vencida até que a desigualdade de riqueza seja enfrentada.
"Ampliar a desigualdade está criando um círculo vicioso em resultado do qual a riqueza e o poder se concentram cada vez mais nas mãos de alguns poucos, deixando ao resto de nós a luta pelas migalhas que caem da mesa dos poderosos", disse Byanyima.
A Oxfam apelou aos participantes do Fórum Econômico Mundial deste ano que assumam o compromisso pessoal de enfrentar o problema, evitando manobras que reduzam seus impostos e o uso de sua riqueza para buscar favores políticos.
Além de ser moralmente dúbia, a desigualdade econômica também pode exacerbar outros problemas sociais, como a desigualdade entre os sexos, alertou a Oxfam. Davos mesmo enfrenta dificuldades quanto a isso, já que o número de mulheres participantes caiu de 17% do total em 2013 a 15% este ano.
INFLUÊNCIA
As pesquisas para o relatório da Oxfam constataram que as pessoas em países de todo o mundo - incluindo dois terços dos entrevistados no Reino Unido - acreditavam que os ricos têm influência demais sobre a direção que seus países estão tomando.
Byanyima explica: "Nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, igualmente, estamos cada vez mais vivendo em um mundo no qual as alíquotas mais baixas de impostos, os melhores serviços de saúde, a educação e as oportunidades de influenciar estão sendo dadas não só aos ricos mas também aos seus filhos".
"Sem um esforço coordenado para enfrentar a desigualdade, a transferência de privilégios e de desvantagens continuará gerações afora. Logo estaremos vivendo em um mundo no qual a igualdade de oportunidade será apenas um sonho. Em países demais o crescimento econômico já representa pouco mais que um jogo no qual os mais ricos levam todos os ganhos."
O relatório da Oxfam constatou que, ao longo das últimas décadas, os ricos exercitaram com sucesso a sua influência política a fim de influenciar as normas em seu favor quanto a questões que variam da desregulamentação financeira, paraísos tributários, táticas de negócios prejudiciais à competição, alíquotas menores de impostos para as pessoas de alta renda e cortes de serviços sociais para a maioria.
OPORTUNIDADES
Do final dos anos 70 para cá, as alíquotas de impostos das pessoas mais ricas caíram em 29 dos 30 países para os quais há dados disponíveis, o relatório afirma.
Essa "captura de oportunidades" pelos ricos à custa dos pobres e da classe média resultou em uma situação na qual 70% da população mundial vive em países nos quais a desigualdade avançou, dos anos 80 para cá, e 1% das famílias controlam 46% da riqueza mundial - quase 70 trilhões de libras.
Pesquisas de opinião pública na Espanha. Brasil, Índia, África do Sul, Estados Unidos, Reino Unido e Holanda constataram que a maioria dos cidadãos em cada um desses países acredita que as pessoas ricas exercem influência demais. A preocupação é mais forte na Espanha, seguida pelo Brasil e Índia; a Holanda registra a menor preocupação quanto a isso.
No Reino Unido, 67% dos entrevistados concordam em que "os ricos têm influência demais sobre a orientação do país" - e 37% afirmam concordar "fortemente" com a afirmação -, ante apenas 10% de pessoas que discordam, 2% das quais fortemente.
O relatório "Riscos Mundiais", do Fórum Econômico Mundial, recentemente identificou a disparidade de renda crescente como uma das maiores ameaças à comunidade mundial.
A Oxfam está apelando aos participantes do fórum de Davos que assumam o compromisso de apoiar a tributação progressiva e de não usar recursos que permitam que reduzam seus impostos; que se recusem a usar sua riqueza de forma a obter favores políticos que solapem a vontade democrática de seus concidadãos; que tornem públicos seus investimentos em companhias e fundos dos quais sejam os principais proprietários e beneficiários; que desafiem os governos a usar a arrecadação tributária para fornecer serviços universais de saúde, educação e proteção social; que exijam salários justos nas empresas que possuem ou controlam; e que desafiem os demais membros da elite econômica a acompanhá-los nessas promessas. 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Seduc oferta sete mil vagas em cursos técnicos

Mais de sete mil vagas estão sendo ofertadas pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) através das Escolas Estaduais Tecnológicas da capital e do interior. O período de pré-matrícula inicia hoje e segue até o dia 28 deste mês, podendo ser realizada pelo seguinte site: www.seduc.pa.gov.br. 
As 3.320 vagas da modalidade de Ensino Médio Integrado são destinadas aos estudantes que já concluíram o Ensino Fundamental e tenham a idade de 17 anos e 11 meses completos no ato da matrícula. A duração do curso é de quatro anos, conforme o plano escolar e o projeto de curso de cada escola. 
Na modalidade de Jovens e Adultos (Proeja) estão sendo ofertadas 1.960 vagas. O estudante deverá ter, no mínimo, 18 anos de idade no ato da matrícula. O curso terá a duração de três anos. Já para a modalidade Subsequente, estão sendo ofertadas 1.840 vagas, destinadas aos alunos que já concluíram o Ensino Médio. O curso terá a duração de dois anos. Os cursos técnicos ofertados, municípios ofertantes de vagas e escolas tecnológicas estão nos editais, assim como os critérios de classificação e de desempate.

Facebook compra WhatsApp por R$ 38 bi

O Facebook anunciou ontem a compra do WhatsApp. O negócio foi fechado por US$ 16 bilhões, quase R$ 38 bilhões, e, de acordo com a assessoria do Facebook, o popular serviço de mensagens instantâneas vai continuar a operar de forma independente, seguindo os moldes da compra do Instagram. As informações são do Portal G1.
Em um comunicado divulgado ainda na tarde de ontem, o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, afirmou que o 'WhatsApp está no caminho para conectar 1 bilhão de pessoas. Os serviços que atingem esta marca possuem um valor incrível'. O anúncio vem pouco depois do aniversário da rede social, que completou dez anos neste mês. Entre sucessos e fracassos, a tendência do Facebook de investir em múltiplos aplicativos já estava clara.
'A aquisição simboliza a missão compartilhada do WhatsApp e do Facebook em levar mais conectividade e utilidade ao mundo, criando serviços de internet de forma eficiente e econômica. A combinação delas ajuda a acelerar o crescimento e o engajamento dos usuários nas duas companhias', diz outro trecho da nota emitida pelo Facebook.
Ainda de acordo com a nota divulgada pela rede social, dos US$ 16 bilhões, cerca de US$ 4 bilhões serão em dinheiro, enquanto o restante, US$ 12 bilhões, serão pagos em ações do Facebook. A aquisição é a maior já feita pela companhia de Mark Zuckerberg, que pagou pouco mais de US$ 1 bilhão pelo Instagram em 2012.
Com mais de 450 milhões de usuários ativos mensais, sendo 70% deles usuários diários, e volume de mensagens bem próximo da carga global de mensagens SMS, o WhatsApp é um dos aplicativos móveis de maior sucesso no mundo atualmente. O cofundador e CEO da empresa, Jan Koum, afirma que juntar o serviço ao Facebook é um passo que o deixa 'honrado' e 'animado'.
'O WhatsApp tem seu engajamento e crescimento baseado nas capacidades poderosas e instantâneas de mensagens que oferecemos. Estamos animados e honrados em nos tornarmos parceiros do Mark e do Facebook enquanto seguimos levando nosso produto para mais pessoas em todo o mundo', avaliou.

HIV: vacina terá teste humano em 3 anos

A vacina desenvolvida pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) contra o HIV, o vírus causador da aids, deverá começar a ser testada em humanos em três anos. A informação é do pesquisador que coordena o projeto da vacina, Edecio Cunha Neto, informou ontem a Agência Brasil.
"[Um novo] estudo com os macacos deve acontecer dentro de uns cinco meses. É o tempo para a gente desembaraçar uma área de maior segurança. Esse estudo vai demorar de 20 meses a 24 meses. A partir desse momento, nós já poderemos fazer estudos em humanos. Isso significa que o estudo em humanos vai ser em uns três anos", disse, em entrevista à Agência Brasil.
De acordo com o coordenador, o estudo em humanos servirá para avaliar se a vacina é capaz de apresentar uma resposta imune eficaz e se é segura. A vacina, desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan, já foi testada, com sucesso, em camundongos e em quatro macacos rhesus. O resultado obtido com os primatas surpreendeu os pesquisadores. "Fizemos esse teste piloto com um pequeno número de animais, com metodologia de vacinação que a gente imaginava que iria dar [certo] ou uma intensidade de resposta semelhante ou até menor do que a gente viu em camundongos. E a nossa surpresa foi que a resposta foi muito maior", destacou Edecio.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Índio fica custodiado na Funai

Tekreryti Kayapó é acusado de envolvimento em assalto ao Banpará

juiz José Admilson Gomes Pereira, da Comarca de Xinguara, decidiu revogar a prisão preventiva do índio Tekreryti Kaiapó, acusado de integrar quadrilha de assalto a banco, substituindo-a para medidas cautelares diversas da segregação. Conforme o despacho do magistrado, datado do último dia 12 de fevereiro, em atenção ao pedido de revogação impetrado pela defesa do índio, o réu deverá ficar custodiado na unidade da Funai mais próxima de sua aldeia, preservando-se os laços culturais com
a sociedade originária.
Na decisão, o juiz estabelece a proibição para o réu de manter contato com testemunhas arroladas pelo Ministério Público e com os demais réus, ou empreender conduta tipificada como crime; ficando proibido ainda de ausentar-se da Funai para onde for cumprir a prisão substitutiva. Caso o réu descumpra uma ou mais das medidas cautelares estabelecidas, o juiz explica que outras medidas
judiciais serão adotadas.

Empresa vai investir R$ 80 milhões no Pará

Fabricante de correias será instalada em Marabá

Pará tem despertado cada vez mais a atenção de grandes empresas pelo seu desenvolvimento e forte potencial. Somente nesta semana, dois grandes grupos empresariais – um estrangeiro e outro brasileiro – anunciaram investimentos importantes no Estado. Ontem, representantes da fabricante paulista de correias transportadoras Correias Mercúrio anunciaram ao governador Simão Jatene que a empresa investirá R$ 80 milhões na abertura de uma nova fábrica da companhia em Marabá, no sudeste paraense. As informações são da Agência Pará.
Além da fábrica, que deverá ficar pronta em 2016 e gerar cerca de 150 empregos diretos, a companhia também pretende montar um centro tecnológico, espécie de "business park", com o objetivo de atrair outros investimentos e novas empresas da cadeia produtiva.
O diretor financeiro da Correias Mercúrio, Ivan Ciruelos, explicou que o apoio dado pelo governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom), foi fundamental para que a empresa optasse pela implantação da fábrica no Pará.
"Tínhamos até feito outros estudos para implantar a nossa nova fábrica no Maranhão ou até mesmo em São Paulo, mas recebemos um apoio muito grande do governo, pela Seicom, que nos apresentou as vantagens em instalar a fábrica no Pará e os números que demonstram o crescimento do Estado, além de ter intermediado nossas conversas junto a outros órgãos de interesse. Isso fez com que agilizássemos uma discussão que já até tinha sido feita em outros dois Estados, mas o Pará conseguiu não só recuperar o tempo, como lograr o sucesso de ter o anúncio sendo feito aqui", ressaltou Ivan Ciruelos.

Comércio varejista paraense fecha 2013 com saldo positivo de 5,9%

O índice do volume de vendas do comércio varejista do Estado do Pará subiu 5,9%, em 2013. Esse foi o oitavo melhor resultado do País, ano passado. Na avaliação dos últimos 12 meses, entre dezembro de 2012 e dezembro de 2013, as vendas do comércio paraense também avançaram 5,9% e o desempenho do Estado permaneceu entre os dez melhores do Brasil.
O indicador do Estado chegou ao final do ano acumulando 168,9 pontos, a segunda maior pontuação entre todas as demais somadas pelas unidades federadas. Esse desenvolvimento satisfatório se deu, principalmente, devido ao progresso apresentado pelo comércio em novembro (9,7%), mês em o que as vendas do setor mais evoluíram, em 2013. Em dezembro, o índice registrado foi 6,8% superior ao do mesmo período do ano anterior. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou esses números ontem, na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC).
O índice da receita nominal de vendas do comércio do Estado aumentou 14,6% no ano passado atingindo 192,9 pontos. O Pará alcançou a 7ª melhor marca do País, segundo o IBGE. Em doze meses o percentual de variação foi o mesmo. A análise mensal mostrou que a pontuação do indicador, em dezembro, foi 13% maior do que a observada no último mês de 2013. Em novembro, o Pará registrou alta de 16,3% na comparação com novembro do ano passado.