quarta-feira, 13 de novembro de 2013

João Salame depõe hoje em Belém na Policia Federal

A Polícia Federal (PF) ouve hoje, em Belém, o depoimento do prefeito de Marabá, João Salame, que entregou à Justiça Eleitoral uma gravação de diálogo que ele manteve com o ex-deputado e ex-prefeito de Marituba, Antônio Armando Amaral de Castro, na qual é revelado um suposto pagamento de propina a alguns juízes do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para evitar a cassação de mandatos de prefeitos envolvidos em irregularidades. “Vou revelar fatos novos e graves, que devem ajudar a PF a ir fundo em sua investigação”, antecipou Salame ao Diário, evitando dizer que fatos graves seriam esses.Além das novas revelações, ele entregará um CD com a filmagem feita pela câmera do prédio onde tem um apartamento, em Belém, que mostra dois homens, que Salame diz serem Antônio Armando e o de prenome Francisco, marido da juíza do TRE, Ezilda Mutran Pastana, entrando no prédio. Salame também antecipou que irá reafirmar que a outra voz, além da dele, contida no diálogo gravado, seria de Antônio Armando.“Não tem como dizer que não é dele, isso é fato e vou pedir que a minha voz e a do Antônio Armando sejam periciadas. Se for preciso, me submeterei a um teste de comparação de voz e espero que o Antônio Armando também faça isso”, acrescentou o prefeito. Outro ponto de seu depoimento, segundo antecipou, é quanto à divulgação na imprensa do caso. O prefeito disse que não foi ele, nem seu advogado, Inocêncio Mártires, que fizeram a divulgação aos jornais, mas o Ministério Público Federal (MPF), que “distribuiu um release” à toda a imprensa.Quando os jornalistas começaram a procurá-lo para repercutir a informação divulgada pelo MPF, segundo explica o prefeito, tanto ele como Inocêncio Mártires tiveram que contar, com alguns detalhes, o que havia sido “vazado”. Para Salame, se o presidente do TRE, desembargador Leonardo Tavares e o próprio MPF, não tivessem divulgado o fato, o que foi gravado estaria sendo investigado em sigilo e a imprensa de nada saberia.A PF já notificou Antônio Armando e outros personagens citados nas gravações, dentre estes os juízes do TRE, e os depoimentos devem ocorrer nos próximos dias. O inquérito tem prazo de 45 dias para ser concluído, mas pode ser prorrogado se houver necessidade. Entre outras supostas revelações que fazem parte da gravação, Antônio Armando diz ter doado um carro à juíza Ezilda Mutran, assinalando que o veículo pertencia a uma empresa dele, mas que depois legalizou o veículo no Detran em nome dela.O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Henrique Neves, deferiu ontem, favoravelmente, liminar que permite que o prefeito eleito de Marabá, João Salame (Pros), continue no cargo. A Ação Cautelar (AC Nº 83613) impetrada pelo prefeito, derruba decisão anterior do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PA), que cassou Salame, por 3 votos a 2, na sessão de 5 deste mês. Como a ação impetrada no TSE é cautelar, a decisão foi monocrática (individual), com voto do relator.

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