terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Celpa e funcionários ainda não chegaram a uma acordo trabalhista

A greve dos empregados do Grupo Celpa Equatorial completou ontem o terceiro dia e continua sem previsão de encerramento. A paralisação foi iniciada no último sábado, após assembleia geral realizada na sexta-feira, 31, coordenada pelo Sindicato dos Urbanitários do Pará (Stiupa). O movimento conta com a adesão de parte dos trabalhadores dos departamentos técnico e comercial da empresa, porém, não compromete o atendimento de serviços essenciais.
De acordo com o presidente do Stiupa, Ronaldo Romeiro, a greve foi motivada pela falta de diálogo e de transparência por parte da empresa junto aos funcionários. Ele diz que o clima de demissão foi novamente instalado na concessionária de energia elétrica, e que a diretoria da companhia não vem cumprindo com o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) realizado no ano passado.
"Fizemos um acordo em julho do ano passado, após cruzarmos os braços por 16 dias. Naquele momento, ficou acertado que a empresa avaliaria os trabalhadores em três critérios antes de efetuar qualquer demissão: comportamento, produtividade e desempenho técnico", explica Romeiro, argumentando que isso não vem ocorrendo. Ele assegura que a diretoria da Celpa já preparar novas listas de demissões, porém, as avaliações dos funcionários, até o presente momento, não foram debatidas com o Sindicato, conforme acertado no ACT-2013. "Queremos saber onde estão estes levantamentos. Na semana passada, comunicaram que trabalhadores seriam demitidos este mês, porém, os critérios continuam obscuros", reclama.
De acordo com a Celpa, a concessionária e os sindicatos assinaram, em agosto de 2013, um acordo coletivo com vigência até março de 2014, para reestruturar o quadro de funcionários. Este acordo prevê a elevação da jornada de trabalho da empresa de 7h para 7h30, a manutenção de um quadro mínimo de 1.822 trabalhadores e substituições de funcionários após duas avaliações de desempenho negativas, a partir do mês de fevereiro. "A Celpa tem cumprido o acordo em todos os seus termos", diz a nota.
Mesmo assim, diz a concessionária, os sindicatos estão pressionando a empresa a negociar um adiamento das substituições, sob o falso argumento de que o acordo não tem sido cumprido corretamente pela empresa. Não há qualquer prova, fato ou documento que ateste descumprimento por parte da empresa, até mesmo porque nenhum funcionário foi demitido.
A Celpa se reuniu com os sindicatos na manhã da última sexta-feira, 31, para finalizar uma discussão sobre a participação nos lucros e resultados dos colaboradores. Durante a reunião, a empresa novamente explicou as entidades que continuará cumprindo fielmente o acordo assinado entre as partes, inclusive em relação à manutenção dos postos de trabalho, não havendo motivo para paralisar as atividades.
Mesmo após as explicações, os sindicatos decidiram pela deflagração da greve, o que demonstra claramente que a intenção das entidades não é lutar por manutenção no emprego, mas sim por uma estabilidade profissional que é típica do funcionalismo público e incompatível com uma empresa privada como a Celpa.
Sobre a manutenção das atividades a Celpa e informa que reuniu com o sindicato para discutir a manutenção das atividades, mas não houve acordo. O percentual de efetivo de mão de obra sugerido pelas entidades está aquém das exigências legais para um serviço público essencial como a distribuição de energia elétrica. Tradicionalmente, contudo, as paralisações promovidas pelos Sindicato tem tido adesão de um contingente mínimo dos funcionários, o que demonstra claramente que a ampla maioria dos empregados da Celpa não apóia as reivindicações sindicais.

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